terça-feira, 5 de março de 2013

Histórico documentado do projeto de publicações de nossa escola


  

Escrevendo para ser lido: um projeto que vem sendo desenvolvido em nossa escola desde 1997




            Iniciado em 1997 com Mapas da Cidade: autoria, identidade e cidadania, um livro idealizado e escrito por alunos de uma turma de sexta série da EMEF Dep. Marcírio Goulart Loureiro (Partenon, Zona Leste de Porto Alegre) e por duas turmas também de sexta série da  EMEF Professor Gilberto Jorge Gonçalves da Silva (Morro Alto, Zona Sul de Porto Alegre), envolvendo ao todo 72 alunos,  o projeto de formação de alunos autores em nossa escola teve continuidade com publicações em diversos formatos: livro manuscrito, livro impresso, jornal, revista...

Conheça abaixo um pouco deste livro escrito durante o ano de 1997 por alunos de sexta série de duas escolas municipais de Porto Alegre e lançado em abril de1999 pela Editora Vozes, durante o VII Seminário Nacional da Escola Cidadã:


Capa lado Marcírio
Capa lado Gilberto Jorge








 Abaixo acesse o projeto (1997) que deu origem a este livro:




Acesse também a história do livro Mapas da Cidade: autoria, identidade e cidadania, tema  de relato de experiência pedagógica da Semana de Letras da UFRGS, em novembro de 1999.

História do livro Mapas da Cidade escrita pelas professoras Ana e Jane



Conheça uma pequena parte do conteúdo do livro Mapas da Cidade: autoria, identidade e cidadania (capítulos 7, 8 e 9 da parte escrita pelos alunos do Marcírio):


                                     Capítulo 7


O que nós aprendemos sobre nós lendo os textos que escrevemos

     Vamos iniciar os nossos comentários sobre os textos lidos na sala alternativa, na manhã do dia 15 de setembro de 1997.
   Descobrimos sobre cada um de nós, que cada um tem alguma coisa importante para contar. Foi interessante escrever os textos, porque a gente contou sobre nossas vidas, coisas que ficaram marcadas para sempre na lembrança até os dias de hoje e que também serão lembradas no futuro, através do livro que estamos escrevendo.
    Nós achamos que de parecido a gente tem o respeito um pelo outro e somos esforçados, mesmo tendo dificuldades nas matérias.
 Pensamos que o que a gente tem de diferente é a aparência e a família, pois de sentimentos somos todos iguais.
            Valeu, turma 61!

                                   (Samanta Marques Bones e Daniela Camargo)


Lado Marcírio - Samanta

            Nós descobrimos enquanto escrevíamos, em todo esse tempo, mais ou menos uns 4 meses de trabalho, que nós realmente somos capazes de construirmos um livro. Nós achamos interessante porque nós começamos com umas histórias tão mixurucas e agora estão superinteressantes.
            Nós descobrimos um pouquinho mais de cada um de nós com nossas histórias. Foi superinteressante porque nós ficamos conhecendo um pouco de nossas famílias, de nossos amigos, de nossas artes, enfim, de tudo o que a gente poderia ficar sabendo de uma pessoa sincera, compreensiva, legal e educada.
            Nós temos de parecido o time de futebol, a inteligência e o jeito de pensar. De diferente nós temos: uma dança, a outra já não gosta tanto; uma joga vôlei, já outra futebol; uma gosta de brincar bastante, a outra já é mais quieta. Enfim, todo mundo tem alguma coisa de diferente, ninguém é igual.

                                   (Glacy da Silva, Maiara Ramos e Liege da Silva)


Turma 61 subindo o Morro da Polícia - Primavera 1997

            Somos muito diferente, fazemos coisas diferentes, o nosso dia a dia é diferente. Foi interessante porque nosso dia-a-dia é diferente do que nós imaginávamos.
            Descobrimos coisas sobre a vida dos nossos colegas, porque nós começamos a nos conhecer melhor.
            Nós moramos no mesmo bairro (Partenon), na mesma vila (São Miguel), na mesma cidade (Porto Alegre) e estudamos na mesma escola. Nós temos de diferente as idades, as ruas das nossas casas, as coisas que sabemos fazer. Sobre o nosso colega, o Rodrigo Maia, descobrimos que ele sabe dirigir moto e andar de roller; sobre o nosso colega Leonardo descobrimos que ele sabe andar de patinete. Já o nosso colega Samuel sabe jogar xadrez.
            Quanto ao nosso dia-a-dia as diferenças são que Leonardo trabalha, Samuel, joga xadrez e Rodrigo Maia dirige moto.

                        (Samuel de Lima, Leonardo R. de Jesus e Rodrigo Maia)


            Descobrimos que quando estiverem assaltando a nossa casa, se não tiver telefone por perto, desça até o beco do Duca. Diz ele que tem policiamento lá. E se você não sabe mais dormir, vá na casa do Felipe, pois diz ele que sabe.
            Nós descobrimos que o Juliano é meio mentiroso, porque ele falou que gosta de vir para escola e isso é meio mentiroso. Descobrimos também que o Eduardo Peixoto participa muito de sua comunidade e que ele não vai muito com a cara de seus vizinhos, porque eles estragam as nossas brincadeiras furando ou cortando as nossas bolas de futebol ou vôlei. Nós achamos que escrever esses textos foi interessante para nós conhecermos melhor os nossos colegas.
            De parecido nós só temos uma coisa: em nossas vilas sempre tem um vizinho ou uma vizinha xarope. E de diferente? Além de nossos nomes serem diferentes, também a rua onde moramos não serem as mesmas, descobrimos que nós temos de parecido, é que o Eduardo P., o Felipe e o Juliano são colorados e o Eduardo B. é gremista e, infelizmente, ele não sabe como isso é ruim, mas ele é nosso amigo.

            (Felipe Vasconcelos, Eduardo Peixoto, Eduardo Barcelos e Juliano da Silva)


Lado Marcírio - Rodrigo Castro

            Nós achamos que nós temos algumas coisas em comum, como detestar fofoca, brigas e sujeiras. Gostamos muito de escrever, de nos comunicarmos com as pessoas e de fazermos uma boa bagunça na sala de aula. Nós descobrimos muitas coisas legais, como o dia que cada uma nasceu, o hospital onde nasceu (com exceção da Michele, que nasceu em casa), de como se originou o nome de cada uma de nós e também o que gostamos e o que não gostamos de fazer.
            Nós conhecemos um pouco da vida de cada uma, mas o mais importante das nossas vidas são os nossos amigos e as nossas famílias, que são tudo para nós.
            Nós temos muitas coisas em comum: a alegria, a animação e a amizade que temos entre nós.
            O que nós temos de diferente, são: a Darlene é a mais agitada de todas, Michele é a mais cheia, Débora gosta de falar muito e a Daiana é a mais legal da turma mas todos da turma são legais, tirando uma guria da turma 61.

                                   (Daiana Martins, Michele Moreira, Débora Lopes e Darlene dos Santos)


Alunas produzindo desenhos que ilustraram o livro. (Passeio ao Morro da Polícia)

            Descobrimos o que os nossos nomes significam, como foram as escolhas e porque temos esses nomes.
            O nome do Lucas veio de uma novela e o do Luiz ia ser um nome metade estrangeiro. Também descobrimos que o segundo nome do Jeanderson é indígena; tente descobrir qual é. Ele também cantava em São Luiz Gonzaga, a cidade natal dele. Também descobrimos que o Lucas tem um terreno à venda no bairro Tristeza. Achamos também muito interessante a gente fazer estes textos porque é um modo da gente se conhecer melhor.
            O que temos de parecido é que gostamos de música, carros, ir a shopping e que dois de nós têm 11 anos. O que temos de diferente é que nascemos em hospitais diferentes e moramos em ruas diferentes e também que só o Jeanderson canta.

                                   (Jeanderson da Silva, Lucas Bomfim e Luiz G. Gomes)


            Nós descobrimos, ao lermos os nossos textos, em primeiro lugar, que todos nós temos condições para sermos grandes escritores.
            Nós gostamos muito de ler os nossos textos. Nós nos sentamos em trios para lermos os textos e foi superlegal.
            Achamos uns dos textos da Daniela Bittencourt Moura engraçado, o texto “Eu e minha família”.
            Outro, texto que gostamos foi o da Pâmela “sobre o ela mais gosta e sobre o que menos gosta no lugar onde ela mora”.
            Após a leitura dos textos que fizemos descobrimos que muitos de nós têm muita capacidade de fazer bons textos, e agora podemos mostrar nosso empenho.
            Durante a leitura dos textos foi divertido descobrir as artes que nossos colegas fizeram quando pequenos. Foi divertido porque descobrimos coisas que eles não contam no dia-a-dia.
            Vimos que temos em comum a capacidade de escrevermos ótimos textos.
            O que temos de diferente é que cada um tem uma história interessante para contar.

                                   (Elaine Motta, Daniela B. Moura e Soraya Santana)

Lado Marcírio - Daiana

            Nós descobrimos que cada um de nós, alunos da turma 61, tem sua maneira de expressar seus conhecimentos nos seus textos.
            Nós vimos também histórias interessantes como o texto do nosso colega Felipe da Silva Vasconcelos sobre as coisas que ele sabe fazer.

                                   (Fabrício Kistemacher e Leandro da Silveira)


                                                          Capítulo 8



 O que nós aprendemos sobre o pessoal do Gilberto lendo o que eles escreveram






            Nós gostamos das histórias deles porque são muito divertidas, dá pra rir bastante. O capítulo que nós gostamos mais foi “Eu e minha família” ( as artes que faziam quando eram pequenos). Descobrimos que o que temos de parecido é que todos fomos crianças arteiras. O que temos de diferente é que a nossa turma parece ser mais unida do que a deles ( unidos nos trabalhos, na bagunça, na amizade, na alegria, na tristeza, etc...).



                                               (Grupo da Daiana Martins)




            De parecido nós temos qualidades e defeitos. Somos iguais em criatividade, bom senso, somos educados, estudamos em escolas municipais e estamos trabalhando para fazer um livro contando sobre cada um de nós. Talvez a nossa aparência seja diferente. Temos defeitos e qualidades e alguns de nós somos dedicados aos estudos e alguns não, mas cada um na sua. Como todo mundo diz, primeiro temos que corrigir nossos erros e depois corrigir os erros do próximo.

                                               (Grupo da Daniela Camargo)


            Nas histórias que eles escreveram descobri como é um pouco da vida da minha correspondente, como é a rua onde ela mora, como ela se relaciona na Escola Gilberto Jorge e como é o relacionamento dentro da sala de aula. Eu achei as histórias ótimas. O que nós temos de parecido é a maneira de fazer o livro e de se destacar no livro. O que nós temos de diferente é o modo como eles se divertem nos fins de semana.
           
                                                           (Rodrigo Maia)


Lado Gilberto Jorge - Angélica

            Nós achamos os textos deles bons, com exceção de alguns, que não citaremos aqui. O capítulo que mais gostamos da parte deles foi “Coisas que sei fazer”.
             Então nos perguntamos: o que temos de parecido?  Fazemos parte do mesmo projeto (Mapas da cidade), estudamos em colégios municipais, estamos na mesma série e moramos na mesma cidade. O que temos de diferentes são as idades, os colégios (o nosso colégio é maior), as professoras são diferentes, os bairros são diferentes, etc...

                                               (Grupo do Jeanderson)


            Nós descobrimos que todos nós somos capazes de escrever um livro, basta ter força de vontade. Descobrimos muitas coisas novas sobre nós mesmos e sobre nossos colegas. Descobrimos também que devemos dar valor ao nosso passado. Também adoramos saber as datas de aniversário de cada um dos colegas, para podermos dar os parabéns.

                                               (Grupo da Samanta)

                                           
                                                                 Capítulo 9

O que nós achamos sobre tudo o que escrevemos, lemos, vivenciamos e aprendemos durante os meses que realizamos este trabalho?
   


            Os capítulos do livro que escrevemos são: A história dos nossos nomes, Nós e nossas famílias, Nós e os outros, O que mais gostamos no lugar onde vivemos e o que sabemos fazer. Nós achamos que escrevendo estes textos a gente seria mais competentes na escrita, seríamos mais abertos para o mundo. Os capítulos que mais gostamos de escrever foram: A história do nome, o da família, e o que sei fazer, pois assim a gente se conhecia melhor. Os capítulos que a gente mais gostou de ler foram: O que mais gosto e o que menos gosto no lugar onde vivemos e Eu e os outros, pois assim a gente pode verificar os problemas na região do Partenon e as nossas relações pessoais com os outros.

            Vamos falar um pouco sobre o trabalho de ser escritor: dá trabalho ser escritor, porque a gente pensa demais, pensa muito no passado, no presente e no futuro das nossas vidas.
            O que foi mais difícil foi escrever os primeiros textos para o livro, porque nós não tínhamos experiência.
            Interessante foi descobrir que nós somos bons escritores e que não é difícil escrever, mas é muito cansativo.
            Nós gostamos de ser escritores por 6 meses e descobrimos que temos capacidade para fazer isso. Percebemos também que se nós formos escrever outros livros nós já teremos um pouco de experiência.
            Todos nós achávamos que era fácil ser escritor, porque pensávamos que era só sentar e escrever, mas para quem recém escreveu um livro descobrimos que é uma trabalho difícil.
            Hoje nós sabemos que para sermos bons escritores não basta só sentarmos e escrevermos, mas precisamos sim ter muita dedicação para escrever e reescrever os textos e para transmitir para os leitores o que sentimos e pensamos.

            Para nós foi muito legal nos correspondermos com os colegas da escola Gilberto Jorge, pois foi uma experiência nova para todos e que e que talvez a gente não esqueça nunca.
            As cartas despertaram emoções, amizades e um pouco de paquera.
            As emoções de receber as cartas apareciam quando a professora chegava na sala de aula com as cartas. Ficávamos ansiosos porque a gente achava legal receber as cartas e porque a gente não sabia o que iria vir escrito.
            Naquele momento nosso coração disparava. Alguns colegas, como a Pâmela, quando não recebia resposta do correspondente ficavam tiririca da vida.
                       

            O nosso encontro com os alunos da 6ª série da escola Gilberto Jorge foi interessante porque nós conhecemos os nossos correspondentes e a escola deles, e também fizemos brincadeiras, como o nó humano e a dança da cadeira. Além disso dançamos, comemos, bebemos, conversamos, tiramos fotos e trocamos presentes(eles nos deram o mapa da comunidade deles e nós demos para eles nosso 1º capítulo do nosso livro: a história de nossos nomes). Que pena que estava chovendo, pois nós iríamos na praia de Ipanema, mas como estava chovendo nós ficamos pouco tempo junto a eles(das 9h às 14h). No próximo encontro esperamos que o tempo nos ajude e que possamos nos divertir mais ainda.


     Gostaríamos que os nossos leitores recebessem bem o nosso livro, pois eles estarão recebendo um pedacinho de nossas vidas, porque nós suamos para fazer este livro. Foram vários dias de trabalho, nós sofremos com o calor dentro da sala e agora com as chuvaradas do El Niño e nós não gostaríamos de ver todo esse trabalho sendo rejeitado pelos leitores.
       Nós queremos para o nosso próximo livro temas parecidos, pois assim nós poderíamos continuar o nosso primeiro livro e o título poderia ser: Um pedacinho da vida de 34 adolescentes do bairro Partenon - Volume 2.
     Neste livro nós poderemos colocar um pouquinho do nosso conviver na comunidade, poderemos ter mais conhecimento sobre o lugar onde vivemos, porque poderemos conhecer melhor os lugares que nunca visitamos e pensarmos em soluções para os problemas que existem aqui.
    Nós queríamos que nosso livro fosse visto como uma obra de arte muito bem feita, porque nós nos empenhamos o máximo e demos o melhor de nós.



                                                             Capítulo 9.1

              
O que aprendemos escrevendo este livro? ( Depoimentos individuais)
 


Grupo descansando durante a subida ao Morro da Polícia.


                                  

            Eu aprendi que ser escritor é uma profissão muito difícil. Para exercê-la precisa-se de muita concentração e inteligência.

            Eu que escrevi 18 textos (escrevendo e passando a limpo), sei como é difícil ser escritor de um livro, mas agora eu sei que escrever um livro é uma aventura muito maior do que estar apenas lendo livros.

                                  

                                                                                              Rodrigo Castro       




            Escrevendo este livro eu aprendi que escrever não é uma coisa ruim. E escrever sobre a nossa vida é ótimo, porque a gente pensa que a nossa vida é chata, mas depois que a gente começa a escrever vê que a nossa vida não é chata, é até muito legal.

                                                                                              Daiana Martins


            Eu aprendi a escrever melhor, aprendi a escrever as palavras. Nós ficamos conhecendo lugares e se não fosse a professora Jane ensinar, nós não estaríamos aqui escrevendo este livro.
            Eu não sabia escrever muito direito e daí eu comecei a aprender com ela. Eu aprendi também que é bom que os outros leiam os nossos livros. Assim eles aprendem mais sobre nós. É isso que eu aprendi com nosso livro.

                                                                                              Leonardo Rodrigues


            Uma das coisa mais importantes que aprendi é escrever e reescrever o mesmo texto várias vezes, até ele ficar bom para ser datilografado, impresso e até, se der, ir para a Feira do Livro.

                                                                                              Luiz Gustavo Gomes


            Aprendi que não só de letras é escrito um livro, mas também é repleto de emoções. Claro, aprendi também a conviver com novas pessoas e aprenderei a conviver com os nossos leitores. Isso será um privilégio para meus colegas e eu.

                                                                                  Jeanderson Primmaz da Silva


             Bem, agora eu vou falar o que eu aprendi mesmo escrevendo o nosso livro. Eu aprendi como era a sensação de fazer um livro: a sensação é ótima, é de muita alegria. Mas alegria mesmo vai ser quando tudo acabar e eu puder ver o nosso livro pronto na palma da minha mão, um livro de muitas alegrias. O livro que nós estamos fazendo é a coisa mais importante da minha vida.

                                                                                  Rodrigo Maia


            Eu aprendi muitas coisas e gostei de tudo o que fizemos. Olha, eu não me arrependo de nada e se eu pudesse queria começar tudo de novo.
            Mas como não dá, a gente fica muito agradecido, principalmente à calma das professoras, porque é difícil fazer um livro, ainda bem que a professora é muito calma. Pelo menos agora eu gosto muito de Português e da professora Jane.

                                                                                   Eduardo Peixoto


            Escrevendo um livro a gente mexe no passado, descobrimos coisas que aconteceram quando nós não éramos nem nascidos, descobrimos coisas importantes do passado de nossas famílias, artes que fizemos quando éramos crianças e nossos pais ficaram bravos.
            Descobri que escrever um livro não é nenhum bicho-de-sete-cabeças, mas é uma coisa muito importante em nossas vidas.
            Aprendemos a compartilhar idéias interessantes com  nossos colegas.
            Isso é muito legal.  

                                                                                  Débora Lopes


Lado Gilberto Jorge - Alexandre


            Tem uma coisa que eu aprendi e que gostei muito: escrever uma carta. Escrevendo carta eu fiz vários amigos, como o Mairo, Luiz Fernando, Gilson, Débora, Luciane, Vanessa, Rodrigo Longaray, Victor e outros mais.
            Eu aprendi que a gente tem que cuidar muito bem de nosso livro, como se ele fosse uma coisa sagrada para nós.

                                                                                  Darlene dos Santos


            Aprendi que a gente pode contar um pedaço de nossa vida apenas em algumas horas, com papel e caneta.
            Aprendi também que todos têm que escrever com carinho para cada texto ficar melhor para o nosso livro.

                                                                                  Marcos Vinicius Oliveira


            Vou falar o que aprendi: aprendi a me comunicar com o próximo de uma maneira diferente e educada e a fazer amigos através de cartas.

                                                                                   Daniela Camago


            Aprendi a me comunicar melhor com os outros, aprendi a melhorar a minha escrita, a entender que as coisas que faço têm valor, que as coisas que os outros fazem têm valor, que o trabalho que nós fizemos têm valor e que o trabalho da professora também tem valor. Sabe, eu pensei que fosse difícil escrever um livro, mas não é não. A gente aprende várias coisas fazendo um livro.
            Pode ser pouco o que aprendi escrevendo este livro, mas eu acho muito importante e nunca vou esquecer.

                                                                                  Cássia Mambac


            Eu adorei escrever este livro porque descobri que tenho muito mais capacidade do que eu imaginava. Aprendi a escrever melhor e a dar valor ao meu passado. Eu aprendi que ser escritora é um pouco difícil, precisa de muita atenção e união entre amigos. Talvez no futuro eu possa fazer outros livros.

                                                                                  Letícia Conceição


            Eu aprendi fazendo estes textos que muita gente melhorou sua escrita e leitura. Por isso eu queria fazer esse projeto mais vezes, para que possamos nos desenvolver mais ainda e para que possamos alcançar um futuro melhor.

                                                                                  Glacy Ely da Silva


                        Eu aprendi
                        a viver
                        sem sofrer.

                        Aprendi a gostar
                        sem me
                        magoar.

                        Aprendi a ser
                        feliz como
                        as águas
                        brilhantes
                        de um chafariz.

                        Aprendi a perdoar
                        sem rancor
                        guardar.

                        Aprendi a me divertir
                        sem lembrar
                        do que me fazia infeliz.
           
                        Aprendi a estudar
                        sem reclamar.

                        Enfim, aprendi
                        a ver que a história da minha vida é muito
                         mais feliz do que
                        a de muitos jovens
                        da minha idade que
                        andam drogados, passando fome,
                        que gostariam de ter
                        pelo menos
                        a vida que eu tenho aqui.

                        Aprendi na prática
                        da escrita
                        a gostar de tudo
                        que não gostava em mim.

                                   Pâmela Rodrigues da Luz

 
 Se você, caro leitor, quiser conhecer os textos que compõem as duas partes deste livro, acesse os links abaixo. Mas atenção: os   textos estão apenas digitados e na ordem em que aparecem no livro . Faltam as ilustrações e o capítulo 4 (Dados estatísticos levantados a partir das informações dos textos dos alunos), uma parceria com a professora de Matemática Edite Ricchetti.


Mapas da Cidade - Lado Marcírio Loureiro

Mapas da Cidade - Lado Gilberto Jorge 



Conheça o capítulo 4, que não consta na versão que pode ser acessada.

                                                     Capítulo 4


Dados estatísticos levantados a partir das informações dos textos dos alunos


Eis os originais de alguns dos gráficos que a turma produziu com a professora Edite:














Após alguma insistência da professora Jane, resolvi colocar algumas ideias no papel sobre o trabalho dos alunos na aula de Matemática para complementar o trabalho desenvolvido nas aulas de Português.
O gráfico de barras foi escolhido por eles. Após a confecção do mesmo, os próprios alunos se deram conta de que a comunicação fica bem mais clara através de uma ilustração (gráfico) do que só através de palavras.
Essa atividade fez com que eu mesma tomasse consciência de que esta turma não estava mais tão preocupada com a atribuição de uma nota como recompensa do trabalho realizado, mas estava preocupada sim em apresentar um bom trabalho para que o mesmo fosse escolhido para integrar o livro, visto ter sido feito um concurso dentro do próprio grupo para que depois de prontos os gráficos fosse escolhido o mais bem apresentado.

                                                Edite Maria Ricchetti - professora de Matemática da turma


E as capas do livro Mapas da Cidade: autoria, identidade e cidadania, quem concebeu?


As capas do livro (no plural mesmo, pois o livro tem duas capas: uma para o lado Marcírio e outra para o lado Gilberto Jorge) foram concebidas e executadas por Brenda de Fraga Espíndula,  ex-aluna da professora Jane na Escola Getúlio Vargas, em Cachoeirinha, entre os anos de 1991 e 1994.
A partir dos desenhos da aluna Carla Viviane Borges Siste (lado Marcírio) e do aluno Pedro José Goergen Júnior (lado Gilberto Jorge), Brenda, que em 1997 cursava Informática na Escola Técnica da UFRGS, concebeu e produziu as capas do livro  Mapas da Cidade: autoria, identidade e cidadania.
Assim como os alunos que participaram do Projeto Mapas da Cidade, Brenda também participou, entre 1991 e 1994, de um projeto de autoria semelhante, desenvolvido nas aulas de Língua Portuguesa da Escola Getúlio Vargas, que fica localizada no bairro Vista Alegre, em Cachoeirinha.
            Hoje Brenda é formada em Ciências Sociais.



Veja algumas fotos da sessão de autógrafos do livro no Salão de Atos da Reitoria da UFRGS (9 de abril de 1999):








     No mês do lançamento do livro, abril, as duas escolas foram convidadas a participar de um vídeo produzido para o Cidade Vida, uma propaganda institucional da Prefeitura de Porto Alegre:



E o livro e os seus autores vão parar na revista Nova Escola (Ano XIV -nº 122 - maio de 1999):










Conheça a opinião dos alunos sobre a divulgação na TV e na revista do trabalho que realizaram. Essas opiniões fazem parte do livro Marcírio: Sinônimo de Memórias, escrito em 1999, ano em que o livro Mapas da Cidade foi lançado e os alunos cursavam a oitava série.




Nós na revista, no rádio e na TV


Quando a professora Jane falou que nós havíamos sido convidados para tirarmos fotos para uma revista chamada Nova escola, todos nós ficamos muito felizes com essa ideia. Apesar de nem todos terem aparecido na revista, os que apareceram representaram muito bem a turma 81.
Depois deste convite da revista fomos convidados para participar do programa Cidade Viva, que iria passar no rádio e na televisão.
Todos nós ficamos muito felizes, apesar de nem todos terem aparecido.
Liege Sequeira da Silva e Maiara Patrícia D. Ramos

Nós sentimos uma emoção muito grande, pois nós nos sentimos atores e um pouco famosos, pois nunca havíamos aparecido numa televisão, rádio ou revista, numa reportagem só nossa.
Juliano R. da Silva e Leandro Vieira da Silva

E então nos perguntamos: o que nós sentimos nos vendo em alguns meios de comunicação? Para começar, descobrimos um monte de coisas novas, como os equipamentos para tirar fotografias para a revista Nova Escola. Um deles é o exótico guarda-chuva branco para alastrar a luz do refletor, que fica atrás do guarda-chuva.
Sentimos muitas coisas, Entre estas coisas, sentimos muito orgulho de nos ver na TV. Outra coisa que sentimos foi um forte nervosismo quando estávamos em frente às câmeras e máquinas fotográficas.
Lucas Freitas Bomfim e Samuel Barcelos de Lima

Nós gostamos muito de dar nosso depoimento para o rádio. Quando entramos na sala para gravar, nós estávamos supernervosos, mas a simpatia da senhora que gravava nos acalmou.
Elaine de Almeida Motta e Soraya Saucedo Santana

Na televisão foi legal, porque a gente via nossos colegas falando e mostrando paisagens do lugar onde moramos. Mas no rádio foi mais legal ainda, pois tinha mais conteúdo e mais depoimentos dos integrantes do livro.
Felipe Vasconcelos e Rodrigo Castro

Nós sentimos que o nosso trabalho valeu a pena, afinal foi um trabalho que levou dois anos para ser concluído. Sentimos uma emoção muito grande quando foi concluído, foi uma imensa alegria pois não aguentávamos de ansiedade para conhecermos o livro. Foi aí que a TV, o rádio e a revista vieram atrás da gente, porque reconheceram o nosso trabalho. Descobrimos que o nosso trabalho não é um simples “livrinho”, mas é um livro muito importante para nós, pois conta um pedaço da vida de cada um.
Carla Viviane Borges Siste e Cássia Mambac

Nenhuma de nós duas apareceu na TV, no rádio ou na revista, mas gostamos de ver nossos colegas contando nossa história. Gostamos também porque nosso trabalho foi conhecido por outras escolas e outros alunos. Isso influencia os outros alunos que têm capacidade de fazer um trabalho como o nosso.
Carine da Silva Ferreira e Letícia Canutes da Conceição


Eu adorei ter representado a turma 81 no programa Cidade Viva. Bem que eu gostaria que todos participassem em todas as gravações, mas a turma foi bem representada por mim e pelo Leandro. Na revista Nova Escola apareceu toda a turma e a professora Jane, que não tinha aparecido no  Cidade Viva. No rádio eu não gostei muito, porque só deu uma vez.
Darlene Medeiros Santos

Sentimos uma emoção muito grande ao ver nosso trabalho sendo divulgado na TV, no rádio e na revista. Descobrimos que o nosso trabalho foi bem feito, porque se não fosse, nós não teríamos aparecido nem na TV, nem na revista e nem no rádio.
Cristiane Bittencourt Lacerda e Daniela Bittencourt Moura

Através da TV, do rádio e da revista descobrimos o nosso lado importante, a capacidade que temos e também a emoção de expormos a nossa vida através da escrita de um livro que tanto desejávamos escrever. Nosso esforço foi recompensado por um grande livro, não só no tamanho, mas, principalmente, na qualidade. Agora nos sentimos verdadeiros escritores e certamente entramos na cidade amada cheios de alegria e felicidade no coração, como fala a música do Caetano Veloso, “Os mais doces bárbaros”.
Jeanderson Primmaz da Silva e Leonardo Rodrigues de Jesus

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