Escrevendo para ser lido: um projeto que vem sendo desenvolvido em nossa escola desde 1997
Iniciado em 1997 com Mapas da Cidade: autoria, identidade e cidadania, um livro idealizado e escrito por alunos de uma turma de sexta série da EMEF Dep. Marcírio Goulart Loureiro (Partenon, Zona Leste de Porto Alegre) e por duas turmas também de sexta série da EMEF Professor Gilberto Jorge Gonçalves da Silva (Morro Alto, Zona Sul de Porto Alegre), envolvendo ao todo 72 alunos, o projeto de formação de alunos autores em nossa escola teve continuidade com publicações em diversos formatos: livro manuscrito, livro impresso, jornal, revista...
Conheça
abaixo um pouco deste livro escrito durante o ano de 1997 por alunos de sexta
série de duas escolas municipais de Porto Alegre e lançado em abril
de1999 pela Editora Vozes, durante o VII Seminário Nacional da Escola Cidadã:
Abaixo acesse o projeto (1997) que deu origem a este livro:
Acesse também a história do livro Mapas da Cidade: autoria,
identidade e cidadania, tema de relato de experiência pedagógica da Semana de Letras da UFRGS, em novembro de 1999.
História do livro Mapas da Cidade escrita pelas professoras Ana e Jane
Conheça uma pequena parte do conteúdo do livro Mapas da Cidade: autoria, identidade e cidadania (capítulos 7, 8 e 9 da parte escrita pelos alunos do Marcírio):
Capítulo 7
O que nós aprendemos sobre nós lendo os textos que escrevemos
Capítulo 9
Capítulo 9.1
O
que aprendemos escrevendo este livro? ( Depoimentos individuais)
História do livro Mapas da Cidade escrita pelas professoras Ana e Jane
Conheça uma pequena parte do conteúdo do livro Mapas da Cidade: autoria, identidade e cidadania (capítulos 7, 8 e 9 da parte escrita pelos alunos do Marcírio):
Capítulo 7
O que nós aprendemos sobre nós lendo os textos que escrevemos
Vamos iniciar os nossos comentários
sobre os textos lidos na sala alternativa, na manhã do dia 15 de setembro de
1997.
Descobrimos sobre cada um de nós,
que cada um tem alguma coisa importante para contar. Foi interessante escrever
os textos, porque a gente contou sobre nossas vidas, coisas que ficaram
marcadas para sempre na lembrança até os dias de hoje e que também serão
lembradas no futuro, através do livro que estamos escrevendo.
Nós achamos que de parecido a gente
tem o respeito um pelo outro e somos esforçados, mesmo tendo dificuldades nas
matérias.
Pensamos que o que a gente tem de
diferente é a aparência e a família, pois de sentimentos somos todos iguais.
Valeu, turma 61!
(Samanta Marques Bones e Daniela Camargo)
Lado Marcírio - Samanta |
Nós descobrimos enquanto
escrevíamos, em todo esse tempo, mais ou menos uns 4 meses de trabalho, que nós
realmente somos capazes de construirmos um livro. Nós achamos interessante
porque nós começamos com umas histórias tão mixurucas e agora estão
superinteressantes.
Nós descobrimos um pouquinho mais de
cada um de nós com nossas histórias. Foi superinteressante porque nós ficamos
conhecendo um pouco de nossas famílias, de nossos amigos, de nossas artes,
enfim, de tudo o que a gente poderia ficar sabendo de uma pessoa sincera,
compreensiva, legal e educada.
Nós temos de parecido o time de
futebol, a inteligência e o jeito de pensar. De diferente nós temos: uma dança,
a outra já não gosta tanto; uma joga vôlei, já outra futebol; uma gosta de
brincar bastante, a outra já é mais quieta. Enfim, todo mundo tem alguma coisa
de diferente, ninguém é igual.
(Glacy da Silva, Maiara Ramos e Liege da
Silva)
Somos muito diferente, fazemos
coisas diferentes, o nosso dia a dia é diferente. Foi interessante porque nosso
dia-a-dia é diferente do que nós imaginávamos.
Descobrimos coisas sobre a vida dos
nossos colegas, porque nós começamos a nos conhecer melhor.
Nós moramos no mesmo bairro
(Partenon), na mesma vila (São Miguel), na mesma cidade (Porto Alegre) e
estudamos na mesma escola. Nós temos de diferente as idades, as ruas das nossas
casas, as coisas que sabemos fazer. Sobre o nosso colega, o Rodrigo Maia,
descobrimos que ele sabe dirigir moto e andar de roller; sobre o nosso colega
Leonardo descobrimos que ele sabe andar de patinete. Já o nosso colega Samuel
sabe jogar xadrez.
Quanto ao nosso dia-a-dia as
diferenças são que Leonardo trabalha, Samuel, joga xadrez e Rodrigo Maia dirige
moto.
(Samuel de Lima, Leonardo R. de Jesus e Rodrigo Maia)
Descobrimos que quando estiverem
assaltando a nossa casa, se não tiver telefone por perto, desça até o beco do
Duca. Diz ele que tem policiamento lá. E se você não sabe mais dormir, vá na
casa do Felipe, pois diz ele que sabe.
Nós descobrimos que o Juliano é meio
mentiroso, porque ele falou que gosta de vir para escola e isso é meio
mentiroso. Descobrimos também que o Eduardo Peixoto participa muito de sua
comunidade e que ele não vai muito com a cara de seus vizinhos, porque eles
estragam as nossas brincadeiras furando ou cortando as nossas bolas de futebol
ou vôlei. Nós achamos que escrever esses textos foi interessante para nós
conhecermos melhor os nossos colegas.
De parecido nós só temos uma coisa:
em nossas vilas sempre tem um vizinho ou uma vizinha xarope. E de diferente?
Além de nossos nomes serem diferentes, também a rua onde moramos não serem as
mesmas, descobrimos que nós temos de parecido, é que o Eduardo P., o Felipe e o
Juliano são colorados e o Eduardo B. é gremista e, infelizmente, ele não sabe
como isso é ruim, mas ele é nosso amigo.
(Felipe
Vasconcelos, Eduardo Peixoto, Eduardo Barcelos e Juliano da Silva)
Nós achamos que nós temos algumas
coisas em comum, como detestar fofoca, brigas e sujeiras. Gostamos muito de
escrever, de nos comunicarmos com as pessoas e de fazermos uma boa bagunça na
sala de aula. Nós descobrimos muitas coisas legais, como o dia que cada uma
nasceu, o hospital onde nasceu (com exceção da Michele, que nasceu em casa), de
como se originou o nome de cada uma de nós e também o que gostamos e o que não
gostamos de fazer.
Nós conhecemos um pouco da vida de
cada uma, mas o mais importante das nossas vidas são os nossos amigos e as
nossas famílias, que são tudo para nós.
Nós temos muitas coisas em comum: a
alegria, a animação e a amizade que temos entre nós.
O que nós temos de diferente, são: a
Darlene é a mais agitada de todas, Michele é a mais cheia, Débora gosta de
falar muito e a Daiana é a mais legal da turma mas todos da turma são legais,
tirando uma guria da turma 61.
(Daiana Martins, Michele Moreira, Débora
Lopes e Darlene dos Santos)
Descobrimos o que os nossos nomes
significam, como foram as escolhas e porque temos esses nomes.
O nome do Lucas veio de uma novela e
o do Luiz ia ser um nome metade estrangeiro. Também descobrimos que o segundo
nome do Jeanderson é indígena; tente descobrir qual é. Ele também cantava em
São Luiz Gonzaga, a cidade natal dele. Também descobrimos que o Lucas tem um
terreno à venda no bairro Tristeza. Achamos também muito interessante a gente
fazer estes textos porque é um modo da gente se conhecer melhor.
O que temos de parecido é que
gostamos de música, carros, ir a shopping e que dois de nós têm 11 anos. O que
temos de diferente é que nascemos em hospitais diferentes e moramos em ruas
diferentes e também que só o Jeanderson canta.
(Jeanderson da Silva, Lucas Bomfim e Luiz
G. Gomes)
Nós
descobrimos, ao lermos os nossos textos, em primeiro lugar, que todos nós temos
condições para sermos grandes escritores.
Nós
gostamos muito de ler os nossos textos. Nós nos sentamos em trios para lermos
os textos e foi superlegal.
Achamos
uns dos textos da Daniela Bittencourt Moura engraçado, o texto “Eu e minha
família”.
Outro,
texto que gostamos foi o da Pâmela “sobre o ela mais gosta e sobre o que menos
gosta no lugar onde ela mora”.
Após
a leitura dos textos que fizemos descobrimos que muitos de nós têm muita capacidade
de fazer bons textos, e agora podemos mostrar nosso empenho.
Durante
a leitura dos textos foi divertido descobrir as artes que nossos colegas
fizeram quando pequenos. Foi divertido porque descobrimos coisas que eles não
contam no dia-a-dia.
Vimos
que temos em comum a capacidade de escrevermos ótimos textos.
O
que temos de diferente é que cada um tem uma história interessante para contar.
(Elaine Motta, Daniela B. Moura e Soraya
Santana)
Nós descobrimos que cada um de nós,
alunos da turma 61, tem sua maneira de expressar seus conhecimentos nos seus
textos.
Nós vimos também histórias
interessantes como o texto do nosso colega Felipe da Silva Vasconcelos sobre as
coisas que ele sabe fazer.
(Fabrício
Kistemacher e Leandro da Silveira)
Capítulo 8
O que nós aprendemos sobre o pessoal do
Gilberto lendo o que eles escreveram
Nós gostamos das histórias deles
porque são muito divertidas, dá pra rir bastante. O capítulo que nós gostamos
mais foi “Eu e minha família” ( as artes que faziam quando eram pequenos).
Descobrimos que o que temos de parecido é que todos fomos crianças arteiras. O
que temos de diferente é que a nossa turma parece ser mais unida do que a deles
( unidos nos trabalhos, na bagunça, na amizade, na alegria, na tristeza, etc...).
(Grupo da Daiana Martins)
De parecido nós temos qualidades e
defeitos. Somos iguais em criatividade, bom senso, somos educados, estudamos em
escolas municipais e estamos trabalhando para fazer um livro contando sobre
cada um de nós. Talvez a nossa aparência seja diferente. Temos defeitos e
qualidades e alguns de nós somos dedicados aos estudos e alguns não, mas cada
um na sua. Como todo mundo diz, primeiro temos que corrigir nossos erros e
depois corrigir os erros do próximo.
(Grupo da
Daniela Camargo)
Nas histórias que eles escreveram
descobri como é um pouco da vida da minha correspondente, como é a rua onde ela
mora, como ela se relaciona na Escola Gilberto Jorge e como é o relacionamento dentro
da sala de aula. Eu achei as histórias ótimas. O que nós temos de parecido é a
maneira de fazer o livro e de se destacar no livro. O que nós temos de
diferente é o modo como eles se divertem nos fins de semana.
(Rodrigo Maia)
Nós achamos os textos deles bons,
com exceção de alguns, que não citaremos aqui. O capítulo que mais gostamos da
parte deles foi “Coisas que sei fazer”.
Então nos perguntamos: o que temos de
parecido? Fazemos parte do mesmo projeto
(Mapas da cidade), estudamos em colégios municipais, estamos na mesma série e
moramos na mesma cidade. O que temos de diferentes são as idades, os colégios
(o nosso colégio é maior), as professoras são diferentes, os bairros são
diferentes, etc...
(Grupo do Jeanderson)
Nós descobrimos que todos nós somos
capazes de escrever um livro, basta ter força de vontade. Descobrimos muitas
coisas novas sobre nós mesmos e sobre nossos colegas. Descobrimos também que
devemos dar valor ao nosso passado. Também adoramos saber as datas de aniversário
de cada um dos colegas, para podermos dar os parabéns.
(Grupo da Samanta)
Capítulo 9
O que nós achamos
sobre tudo o que escrevemos, lemos, vivenciamos e aprendemos durante os meses
que realizamos este trabalho?
Os capítulos do livro que escrevemos
são: A história dos nossos nomes, Nós e nossas famílias, Nós e os outros, O que
mais gostamos no lugar onde vivemos e o que sabemos fazer. Nós achamos que
escrevendo estes textos a gente seria mais competentes na escrita, seríamos
mais abertos para o mundo. Os capítulos que mais gostamos de escrever foram: A
história do nome, o da família, e o que sei fazer, pois assim a gente se
conhecia melhor. Os capítulos que a gente mais gostou de ler foram: O que mais
gosto e o que menos gosto no lugar onde vivemos e Eu e os outros, pois assim a
gente pode verificar os problemas na região do Partenon e as nossas relações
pessoais com os outros.
Vamos falar um pouco sobre o
trabalho de ser escritor: dá trabalho ser escritor, porque a gente pensa
demais, pensa muito no passado, no presente e no futuro das nossas vidas.
O que foi mais difícil foi escrever
os primeiros textos para o livro, porque nós não tínhamos experiência.
Interessante foi descobrir que nós
somos bons escritores e que não é difícil escrever, mas é muito cansativo.
Nós gostamos de ser escritores por 6
meses e descobrimos que temos capacidade para fazer isso. Percebemos também que
se nós formos escrever outros livros nós já teremos um pouco de experiência.
Todos nós achávamos que era fácil
ser escritor, porque pensávamos que era só sentar e escrever, mas para quem
recém escreveu um livro descobrimos que é uma trabalho difícil.
Hoje nós sabemos que para sermos
bons escritores não basta só sentarmos e escrevermos, mas precisamos sim ter
muita dedicação para escrever e reescrever os textos e para transmitir para os
leitores o que sentimos e pensamos.
Para nós foi muito legal nos
correspondermos com os colegas da escola Gilberto Jorge, pois foi uma
experiência nova para todos e que e que talvez a gente não esqueça nunca.
As cartas despertaram emoções,
amizades e um pouco de paquera.
As emoções de receber as cartas
apareciam quando a professora chegava na sala de aula com as cartas. Ficávamos
ansiosos porque a gente achava legal receber as cartas e porque a gente não
sabia o que iria vir escrito.
Naquele momento nosso coração
disparava. Alguns colegas, como a Pâmela, quando não recebia resposta do
correspondente ficavam tiririca da vida.
O nosso encontro com os alunos da 6ª
série da escola Gilberto Jorge foi interessante porque nós conhecemos os nossos
correspondentes e a escola deles, e também fizemos brincadeiras, como o nó
humano e a dança da cadeira. Além disso dançamos, comemos, bebemos,
conversamos, tiramos fotos e trocamos presentes(eles nos deram o mapa da
comunidade deles e nós demos para eles nosso 1º capítulo do nosso livro: a
história de nossos nomes). Que pena que estava chovendo, pois nós iríamos na
praia de Ipanema, mas como estava chovendo nós ficamos pouco tempo junto a
eles(das 9h às 14h). No próximo encontro esperamos que o tempo nos ajude e que
possamos nos divertir mais ainda.
Gostaríamos que os nossos leitores
recebessem bem o nosso livro, pois eles estarão recebendo um pedacinho de
nossas vidas, porque nós suamos para fazer este livro. Foram vários dias de
trabalho, nós sofremos com o calor dentro da sala e agora com as chuvaradas do
El Niño e nós não gostaríamos de ver todo esse trabalho sendo rejeitado pelos
leitores.
Nós queremos para o nosso próximo
livro temas parecidos, pois assim nós poderíamos continuar o nosso primeiro
livro e o título poderia ser: Um pedacinho da vida de 34 adolescentes do bairro
Partenon - Volume 2.
Neste livro nós poderemos colocar um
pouquinho do nosso conviver na comunidade, poderemos ter mais conhecimento
sobre o lugar onde vivemos, porque poderemos conhecer melhor os lugares que
nunca visitamos e pensarmos em soluções para os problemas que existem aqui.
Nós queríamos que nosso livro fosse
visto como uma obra de arte muito bem feita, porque nós nos empenhamos o máximo
e demos o melhor de nós.
Eu aprendi que ser escritor é uma
profissão muito difícil. Para exercê-la precisa-se de muita concentração e
inteligência.
Eu que escrevi 18 textos (escrevendo
e passando a limpo), sei como é difícil ser escritor de um livro, mas agora eu
sei que escrever um livro é uma aventura muito maior do que estar apenas lendo
livros.
Rodrigo Castro
Escrevendo este livro eu aprendi que
escrever não é uma coisa ruim. E escrever sobre a nossa vida é ótimo, porque a
gente pensa que a nossa vida é chata, mas depois que a gente começa a escrever
vê que a nossa vida não é chata, é até muito legal.
Daiana Martins
Eu aprendi a escrever melhor,
aprendi a escrever as palavras. Nós ficamos conhecendo lugares e se não fosse a
professora Jane ensinar, nós não estaríamos aqui escrevendo este livro.
Eu não sabia escrever muito direito
e daí eu comecei a aprender com ela. Eu aprendi também que é bom que os outros
leiam os nossos livros. Assim eles aprendem mais sobre nós. É isso que eu
aprendi com nosso livro.
Leonardo Rodrigues
Uma das coisa mais importantes que
aprendi é escrever e reescrever o mesmo texto várias vezes, até ele ficar bom
para ser datilografado, impresso e até, se der, ir para a Feira do Livro.
Luiz Gustavo Gomes
Aprendi que não só de letras é
escrito um livro, mas também é repleto de emoções. Claro, aprendi também a
conviver com novas pessoas e aprenderei a conviver com os nossos leitores. Isso
será um privilégio para meus colegas e eu.
Jeanderson Primmaz da Silva
Bem, agora eu vou falar o que eu aprendi mesmo
escrevendo o nosso livro. Eu aprendi como era a sensação de fazer um livro: a
sensação é ótima, é de muita alegria. Mas alegria mesmo vai ser quando tudo
acabar e eu puder ver o nosso livro pronto na palma da minha mão, um livro de
muitas alegrias. O livro que nós estamos fazendo é a coisa mais importante da
minha vida.
Rodrigo Maia
Eu aprendi muitas coisas e gostei de
tudo o que fizemos. Olha, eu não me arrependo de nada e se eu pudesse queria
começar tudo de novo.
Mas como não dá, a gente fica muito
agradecido, principalmente à calma das professoras, porque é difícil fazer um
livro, ainda bem que a professora é muito calma. Pelo menos agora eu gosto
muito de Português e da professora Jane.
Eduardo Peixoto
Escrevendo um livro a gente mexe no
passado, descobrimos coisas que aconteceram quando nós não éramos nem nascidos,
descobrimos coisas importantes do passado de nossas famílias, artes que fizemos
quando éramos crianças e nossos pais ficaram bravos.
Descobri que escrever um livro não é
nenhum bicho-de-sete-cabeças, mas é uma coisa muito importante em nossas vidas.
Aprendemos a compartilhar idéias
interessantes com nossos colegas.
Isso é muito legal.
Débora Lopes
Tem uma coisa que eu aprendi e que
gostei muito: escrever uma carta. Escrevendo carta eu fiz vários amigos, como o
Mairo, Luiz Fernando, Gilson, Débora, Luciane, Vanessa, Rodrigo Longaray,
Victor e outros mais.
Eu aprendi que a gente tem que
cuidar muito bem de nosso livro, como se ele fosse uma coisa sagrada para nós.
Darlene dos Santos
Aprendi que a gente pode contar um
pedaço de nossa vida apenas em algumas horas, com papel e caneta.
Aprendi também que todos têm que
escrever com carinho para cada texto ficar melhor para o nosso livro.
Marcos Vinicius Oliveira
Vou falar o que aprendi: aprendi a
me comunicar com o próximo de uma maneira diferente e educada e a fazer amigos
através de cartas.
Daniela
Camago
Aprendi a me comunicar melhor com os
outros, aprendi a melhorar a minha escrita, a entender que as coisas que faço
têm valor, que as coisas que os outros fazem têm valor, que o trabalho que nós
fizemos têm valor e que o trabalho da professora também tem valor. Sabe, eu
pensei que fosse difícil escrever um livro, mas não é não. A gente aprende
várias coisas fazendo um livro.
Pode ser pouco o que aprendi
escrevendo este livro, mas eu acho muito importante e nunca vou esquecer.
Cássia
Mambac
Eu adorei escrever este livro porque
descobri que tenho muito mais capacidade do que eu imaginava. Aprendi a
escrever melhor e a dar valor ao meu passado. Eu aprendi que ser escritora é um
pouco difícil, precisa de muita atenção e união entre amigos. Talvez no futuro
eu possa fazer outros livros.
Letícia Conceição
Eu aprendi fazendo estes textos que
muita gente melhorou sua escrita e leitura. Por isso eu queria fazer esse
projeto mais vezes, para que possamos nos desenvolver mais ainda e para que
possamos alcançar um futuro melhor.
Glacy Ely da Silva
Eu aprendi
a viver
sem sofrer.
Aprendi a gostar
sem me
magoar.
Aprendi a ser
feliz como
as águas
brilhantes
de um chafariz.
Aprendi a perdoar
sem rancor
guardar.
Aprendi a me divertir
sem lembrar
do que me fazia infeliz.
Aprendi a estudar
sem reclamar.
Enfim, aprendi
a ver que a história da
minha vida é muito
mais feliz do que
a de muitos jovens
da minha idade que
andam drogados, passando
fome,
que gostariam de ter
pelo menos
a vida que eu tenho
aqui.
Aprendi na prática
da escrita
a gostar de tudo
que não gostava em mim.
Pâmela Rodrigues da Luz
Mapas da Cidade - Lado Marcírio Loureiro
Mapas da Cidade - Lado Gilberto Jorge
Conheça o capítulo 4, que não consta na versão que pode ser acessada.
Capítulo 4
Dados estatísticos levantados a partir das informações dos textos dos alunos
Eis os originais de alguns dos gráficos que a turma produziu com a professora Edite:
Após alguma insistência da professora Jane, resolvi colocar algumas ideias no papel sobre o trabalho dos alunos na aula de Matemática para complementar o trabalho desenvolvido nas aulas de Português.
O gráfico de barras foi escolhido por eles. Após a confecção do mesmo, os próprios alunos se deram conta de que a comunicação fica bem mais clara através de uma ilustração (gráfico) do que só através de palavras.
Essa atividade fez com que eu mesma tomasse consciência de que esta turma não estava mais tão preocupada com a atribuição de uma nota como recompensa do trabalho realizado, mas estava preocupada sim em apresentar um bom trabalho para que o mesmo fosse escolhido para integrar o livro, visto ter sido feito um concurso dentro do próprio grupo para que depois de prontos os gráficos fosse escolhido o mais bem apresentado.
Edite Maria Ricchetti - professora de Matemática da turma
E as capas do livro Mapas da Cidade: autoria, identidade e cidadania, quem concebeu?
As capas do livro (no plural mesmo, pois o livro tem duas capas: uma para o lado Marcírio e outra para o lado Gilberto Jorge) foram concebidas e executadas por Brenda de Fraga Espíndula, ex-aluna da professora Jane na Escola Getúlio Vargas, em Cachoeirinha, entre os anos de 1991 e 1994.
A partir dos desenhos da aluna Carla Viviane Borges Siste (lado Marcírio) e do aluno Pedro José Goergen Júnior (lado Gilberto Jorge), Brenda, que em 1997 cursava Informática na Escola Técnica da UFRGS, concebeu e produziu as capas do livro Mapas da Cidade: autoria, identidade e cidadania.
Assim como os alunos que participaram do Projeto Mapas da Cidade, Brenda também participou, entre 1991 e 1994, de um projeto de autoria semelhante, desenvolvido nas aulas de Língua Portuguesa da Escola Getúlio Vargas, que fica localizada no bairro Vista Alegre, em Cachoeirinha.
Hoje Brenda é formada em Ciências Sociais.
Veja algumas fotos da sessão de autógrafos do livro no Salão de Atos da Reitoria da UFRGS (9 de abril de 1999):
No mês do lançamento do livro, abril, as duas escolas foram convidadas a participar de um vídeo produzido para o Cidade Vida, uma propaganda institucional da Prefeitura de Porto Alegre:
E o livro e os seus autores vão parar na revista Nova Escola (Ano XIV -nº 122 - maio de 1999):
Conheça a opinião dos alunos sobre a divulgação na TV e na revista do trabalho que realizaram. Essas opiniões fazem parte do livro Marcírio: Sinônimo de Memórias, escrito em 1999, ano em que o livro Mapas da Cidade foi lançado e os alunos cursavam a oitava série.
Nós
na revista, no rádio e na TV
Quando
a professora Jane falou que nós havíamos sido convidados para tirarmos fotos
para uma revista chamada Nova escola, todos nós ficamos muito felizes com essa
ideia. Apesar de nem todos terem aparecido na revista, os que apareceram
representaram muito bem a turma 81.
Depois
deste convite da revista fomos convidados para participar do programa Cidade
Viva, que iria passar no rádio e na televisão.
Todos
nós ficamos muito felizes, apesar de nem todos terem aparecido.
Liege Sequeira da Silva e Maiara Patrícia D. Ramos
Nós
sentimos uma emoção muito grande, pois nós nos sentimos atores e um pouco
famosos, pois nunca havíamos aparecido numa televisão, rádio ou revista, numa
reportagem só nossa.
Juliano R. da Silva e Leandro Vieira da Silva
E
então nos perguntamos: o que nós sentimos nos vendo em alguns meios de
comunicação? Para começar, descobrimos um monte de coisas novas, como os
equipamentos para tirar fotografias para a revista Nova Escola. Um deles é o
exótico guarda-chuva branco para alastrar a luz do refletor, que fica atrás do
guarda-chuva.
Sentimos
muitas coisas, Entre estas coisas, sentimos muito orgulho de nos ver na TV.
Outra coisa que sentimos foi um forte nervosismo quando estávamos em frente às
câmeras e máquinas fotográficas.
Lucas Freitas Bomfim e Samuel Barcelos de Lima
Nós
gostamos muito de dar nosso depoimento para o rádio. Quando entramos na sala para
gravar, nós estávamos supernervosos, mas a simpatia da senhora que gravava nos
acalmou.
Elaine de Almeida Motta e Soraya Saucedo Santana
Na
televisão foi legal, porque a gente via nossos colegas falando e mostrando
paisagens do lugar onde moramos. Mas no rádio foi mais legal ainda, pois tinha
mais conteúdo e mais depoimentos dos integrantes do livro.
Felipe Vasconcelos e Rodrigo Castro
Nós
sentimos que o nosso trabalho valeu a pena, afinal foi um trabalho que levou
dois anos para ser concluído. Sentimos uma emoção muito grande quando foi
concluído, foi uma imensa alegria pois não aguentávamos de ansiedade para
conhecermos o livro. Foi aí que a TV, o rádio e a revista vieram atrás da
gente, porque reconheceram o nosso trabalho. Descobrimos que o nosso trabalho
não é um simples “livrinho”, mas é um livro muito importante para nós, pois
conta um pedaço da vida de cada um.
Carla Viviane Borges Siste e Cássia Mambac
Nenhuma
de nós duas apareceu na TV, no rádio ou na revista, mas gostamos de ver nossos
colegas contando nossa história. Gostamos também porque nosso trabalho foi
conhecido por outras escolas e outros alunos. Isso influencia os outros alunos
que têm capacidade de fazer um trabalho como o nosso.
Carine da Silva Ferreira e Letícia Canutes da Conceição
Eu
adorei ter representado a turma 81 no programa Cidade Viva. Bem que eu gostaria
que todos participassem em todas as gravações, mas a turma foi bem representada
por mim e pelo Leandro. Na revista Nova Escola apareceu toda a turma e a
professora Jane, que não tinha aparecido no Cidade Viva. No rádio eu não gostei muito,
porque só deu uma vez.
Darlene Medeiros Santos
Sentimos
uma emoção muito grande ao ver nosso trabalho sendo divulgado na TV, no rádio e
na revista. Descobrimos que o nosso trabalho foi bem feito, porque se não
fosse, nós não teríamos aparecido nem na TV, nem na revista e nem no rádio.
Cristiane Bittencourt Lacerda e Daniela Bittencourt Moura
Através
da TV, do rádio e da revista descobrimos o nosso lado importante, a capacidade
que temos e também a emoção de expormos a nossa vida através da escrita de um
livro que tanto desejávamos escrever. Nosso esforço foi recompensado por um
grande livro, não só no tamanho, mas, principalmente, na qualidade. Agora nos
sentimos verdadeiros escritores e certamente entramos na cidade amada cheios de
alegria e felicidade no coração, como fala a música do Caetano Veloso, “Os mais
doces bárbaros”.
Jeanderson Primmaz da Silva e Leonardo Rodrigues de Jesus
nossa eu achei muito legal ver como era a minha escola antes... :)
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